Operação contra quadrilha que fraudava sistemas bancários cumpre mandados em Ferraz de Vasconcelos
Ação da Polícia Civil de Goiás cumpre mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco. Suspeitos causaram prejuízo no valor de cerca de R$ 200 mil. Ação investiga quadrilha de estelionato em Ferraz de Vasconcelos
Uma operação da Polícia Civil de Goiás contra uma quadrilha de estelionatários tem como um dos alvos Ferraz de Vasconcelos. A ação realizada nesta quinta-feira (21), que conta com apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo, cumpre mandados de busca e apreensão e de prisões contra membros do grupo em cinco estados brasileiros.
Segundo o Deic, os suspeitos são investigados por fraude em sistemas bancários que causaram prejuízo de cerca de R$ 200 mil.
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De acordo com a Polícia Civil, o esquema hackeava sistemas bancários para desviar dinheiro das contas das vítimas. As investigações apontam que os suspeitos ligavam ou invadiam o celular dessas pessoas e obtinham acesso aos aplicativos bancários, permitindo a realização de empréstimos e transferências. Até o momento, pelo menos 30 vítimas foram identificadas.
Operação da Polícia Civil de Goiás cumpre mandados contra grupo suspeito de criar ‘falsa central’ de banco para aplicar golpes
Divulgação/PC-GO
O delegado Carlos Afonso Silva, do Deic, explica que a investigação que teve início no estado de Goiás reuniu provas muito sólidas e bem consolidadas.
“A operação teve como ponto de início o golpe da falsa central telefônica. Num primeiro momento, 30 vítimas do Brasil todo foram identificadas, foram ouvidas. O prejuízo, apesar de não ser um valor muito grande, foram R$ 200 mil em todas essas primeiras vítimas, é muito significativo, porque nós temos muitos aposentados, idosos, que também caíram nesse golpe. Então, o que pode parecer um valor muito pequeno para um cidadão comum, no conjunto, é muito importante para essas pessoas”.
Ao todo, são cumpridos 58 mandados de busca e apreensão e 37 de prisão. A ação é conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais de Goiás, por meio do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (GREF), com apoio das polícias civis dos estados envolvidos.
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Investigação e como o golpe era aplicado
A investigação começou a partir do relato de uma vítima que recebeu uma mensagem de uma suposta central bancária informando sobre uma compra fraudulenta feita com o cartão dela. Os golpistas alegaram que, caso a vítima não reconhecesse a transação, deveria entrar em contato pelo número indicado. Nesse momento, a fraude era consumada. Confira abaixo como o golpe era aplicado:
Os golpistas abordavam as vítimas por SMS, e-mail, ligação ou aplicativos de mensagens, alegando que uma compra fraudulenta havia sido identificada em sua conta bancária ou cartão de crédito. Em seguida, orientavam que, caso a compra não fosse reconhecida, a pessoa deveria ligar imediatamente para a suposta central, cujo número "0800" constava na mensagem.
Quando a vítima ligava, era atendida por uma central telefônica que simulava um atendimento bancário real, com direito a músicas de espera e opções de canal de atendimento, semelhantes às dos bancos legítimos.
As vítimas eram convencidas a registrar uma chave PIX para o estorno dos valores da suposta compra fraudulenta. Em alguns casos, também eram instruídas a instalar um aplicativo de acesso remoto. Ao seguirem essas orientações, as vítimas, sem perceber, realizavam transferências via PIX ou concediam aos criminosos controle total sobre seus dispositivos. A partir disso, o grupo subtraía os valores diretamente das contas bancárias.
Somente após a consumação do golpe as vítimas percebiam que foram enganadas.
Linhas telefônicas fraudulentas
A partir do número "0800" usado pelos criminosos, a investigação identificou outras 449 linhas usadas pelo mesmo grupo. Além das 27 vítimas goianas identificadas nesta fase inicial da operação, outra centena de vítimas em todo o país também foi localizada e será incluída nas etapas seguintes da apuração.
Os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato em sua modalidade de fraude eletrônica, furto mediante fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas podem alcançar até 29 anos de prisão, além de multa.
A Polícia Civil de Goiás orienta a população a desconfiar de contatos inesperados relacionados a compras ou transações bancárias. A recomendação é procurar diretamente a agência bancária de confiança para verificar a veracidade das informações. Além disso, a instituição reforça a importância de registrar um boletim de ocorrência ao identificar qualquer tentativa de golpe.
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